sexta-feira, 10 de outubro de 2008

ALCIONY BUENO DO PRADO

A profissão da Alciony é estomaterapia porém exerce o cargo de assessora técnica da Coloplast, um dos quatro laboratorios que fornecem bolsas coletoras, comandando uma equipe de enfermeiras estomaterapeutas para visitas domiciliares. Essa atenção que vem sendo tomada pelos laboratorios, mormente Coloplast e Convatec, prova a nossa teoria de que o ostomizado recebe alta do hospital sem nada saber, nem como se faz higiene e nem como se troca e se precisa trocar as coletoras periodcamente, e então precisa em primeiro lugar de esclarecimentos porque a maioria dos pacientes que já gastou uma fortuna para a cirurgia, vai gastar outra fortuna para comprar as bolsas, não pode evidentemente outro tanto com enfermeiras especializadas num serviço que tende, daí para frente, tornar-se quotidiano. E existe a parte teorica também para conformar o ostomizado da tamanha mudança ocorrida no seu corpo. Não é nada humilhante, mas também não dá para se chamar de confortavel. E aí então vem as visitas domiciliares de enfermeiras para todo esse trabalho. O primeiro trabalho delas é acalmar o paciente e provar que isso não é nada, o que não é tão facil assim porque é evidente a rejeição do proprio ostomizado pelo uso continuo da bolsa. Ela é uma das primeiras estomaterapeutas formadas em São Paulo e está ciente de que deveria haver muito mais profissionais dessa area porque a carencia desse pessoal é mais do que evidente. Em Assis, por exemplo, a propria medica proctologista, sensivel aos problemas dos pacientes formou dentro do hospital em que ela serve, um grupo de apoio para os ostomizados e convocou ou convidou tres enfermeiras não estomaterapeutas porque não tem. De qualquer forma a iniciativa da doutora foi muito bem aceita e elogiada e seria muito mais se houvesse mais gente apropriada para os pacientes. Então em cada localidade o pessoal dá um jeito de acomodar a situação. O engraçado é que com tanta falta de estomaterapeutas todos os cursos dessa area são pagas inclusive da USP porque estomaterapia é entendida como pós-graduação. A propria presidente da AOESP, sra. Amelia, esteve recentemente em Ribeirão Preto para uma pequena instrução as alunas desse curso, no entanto haviam se matriculado apenas quatorze pessoas.
E na opinião da Alciony nem todas as que se formam nesse ramo acabam exercendo a profissão porque se trata de um dos serviços mais delicados das pessoas humanas e nem todos se adaptam com os dejetos, etc.
A Alciony fez também relatos de como funciona na pratica uma empresa que vende bolsas e ao mesmo tempo presta assistencia (social, psiquica, etc) dizendo que realmente a densidade demografica de ostomizado é a maior aqui em São Paulo e praticamente não existe outra região no Brasil com tantos ostomizados como São Paulo. E agora por nossa conta podemos dizer que Rio Grande do Sul onde os trabalhos assistenciais aos ostomizados vem sendo desenvolvidos organizadamente, graças a varias entidades existentes (são 22 PAM) e tem também uma federação que constantemente promove palestra e conferencias o que realmente divulga em muito os casos de ostomia, tem apenas seis mil ostomizados. Nessa parte do planejamento de um laboratorio para os locais de venda e de assistencia nada pode ser feito em regiões onde o numero de ostomizados é muito pequeno. Por exemplo no Estado do Acre existem apenas 43 ostomizados segundo relatorio da propria ABRASO.
Ela disse que em cada Estado a C0loplast tem um representante com autoridade suficiente para resolver os problemas inerentes a ostomia.

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